Irlanda: uma História de Luta.
Guerreiros Celtas |
A Irlanda tem uma história longa
e complexa, definida por invasão, conflito, resistência e independência. Desde
os primeiros colonos até os dias de hoje, o povo irlandês é reconhecido por seu
espírito forte e senso de independência. Os celtas, que chegaram da Europa
continental por volta de 250 a.C., eram o grupo dominante na ilha. O
cristianismo teve um grande impacto no desenvolvimento da Irlanda e do povo
irlandês. Saint Patrick (São Patrício) é apontado como o primeiro a levar o
cristianismo para a ilha e se tornou o santo padroeiro do país após a sua
morte. Os Vikings da Escandinávia foram os primeiros grandes invasores. Eles
viajavam em navios para atacar os mosteiros irlandeses e roubar o tesouro
cristão, como cruzes de ouro e decorações. Dessa forma, estabeleceram cidades
ao longo da costa para servirem como centros de comércio.
Em 1500, Henry VII tornou-se o
primeiro rei inglês a se declarar rei da Irlanda, apreendendo grande parte da
terra para destinar aos novos colonos ingleses que começaram a chegar. A partir
dessa época houve grandes conflitos entre os nativos católicos e os colonos
protestantes, resultando em milhares de mortes no decorrer dos anos.
Durante a década de 1840, a
Irlanda sofreu um terrível desastre: as plantações de batata não vingaram por
quatro anos consecutivos e não houve colheita. A fome irlandesa foi a pior
crise de alimentos em toda a Europa nesse período; cerca de um milhão de
pessoas morreram e mais um milhão emigrou para a Grã-Bretanha, Estados Unidos,
Canadá e Austrália.
Os
irlandeses continuaram a lutar pela independência e em 21 de janeiro de 1919,
os políticos locais estabeleceram um novo parlamento nacional conhecido como
“Dáil Éireann”. O IRA (Irish Republican Army) guerrilhou contra os policiais
britânicos por dois anos e meio após essa data, até que, percebendo que não
seria capaz de derrotar os irlandeses, o governo britânico propôs um acordo: a
Irlanda do Norte, com sua maioria protestante, iria continuar a fazer parte da
Grã-Bretanha e os 26 condados do sul se tornariam um país independente, com seu
próprio governo, mas com o rei britânico permanecendo como o chefe de estado.
Assim, o Tratado Anglo-Irlandês foi assinado em 06 de dezembro de 1921, estabelecendo
duas irlandas separadas. O tratado dividiu o povo irlandês e uma guerra civil
eclodiu entre aqueles que eram a seu favor e os que estavam contra ele. A
guerra acabou sendo vencida pelo grupo que apoiava o tratado e a divisão tem
permanecido uma característica da política irlandesa até hoje, com os
principais partidos políticos sendo decorrentes dessa época. Em 1949, a Irlanda
encerrou sua ligação política com a Grã-Bretanha e declarou-se “República da
Irlanda”. Em 1960 houve um novo surto de conflito armado para acabar com a
divisão da Irlanda. Em 1969, o governo britânico colocou soldados nas ruas da
Irlanda do Norte para manter os católicos e protestantes separados. O IRA
iniciou uma campanha de tiro e bombardeio na Irlanda do Norte e na Grã-Bretanha
continental, com a intenção de forçar o governo britânico a abandonar seu
domínio sobre a Irlanda do Norte. Essa campanha durou 25 anos e contou com a
formação de grupos de milícias protestantes para lutar contra o IRA e os
católicos. Mais de três mil pessoas de ambos os lados do conflito foram mortas.
Em 1985,
os governos britânico e irlandês anunciaram uma cooperação mais estreita para
assuntos relacionados à Irlanda do Norte e, em 1993, emitiram uma declaração
conjunta em que a Irlanda do Norte só se uniria à República da Irlanda quando
seu povo votasse livremente para assim o fazer. Em agosto de 1994, o IRA
anunciou o fim da sua campanha de violência na Irlanda do Norte e Grã-Bretanha.
Foi
assinado o “Acordo da Sexta-Feira Santa” ou “Acordo Belfast”, em 10 de Abril de
1998, que reforçou a cooperação entre a Irlanda e a Grã-Bretanha sobre questões
relacionadas à Irlanda do Norte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! O Blog do Maffei agradece seu interesse.